segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Lições



Aprendi...
Aprendi que cada passo dado é uma decisão, e que tanto os erros quanto os acertos se controem assim, passo a passo.
Aprendi que a paciência de esperar pelo momento certo de agir, nos poupa tempo a consertar erros cometidos.
Aprendi também que não quero subir na vida, porque quem tem esse objetivo tem o costume de usar tudo e todos como degraus para o sucesso.
Aprendi que não se deve falar demais antes de fazer, porque palavras levam embora a força que o pensamento tem para construir.
Aprendi que o silêncio é a melhor forma de resposta, quando já não há mais nada para se dizer.
Aprendi que o perdão é a forma mais rápida de curar uma ferida aberta na alma, e que esta pode até não esquecer o que se passou, mas se torna sarada para seguir adiante.
Aprendi que tentar, errar, aprender e consertar são ciclos naturais da existência humana, e que devemos aprender a lidar com nossas próprias limitações.
Aprendi que a melhor forma de crescer é reinventar-se, todos os dias, a trazer sobre si os passos da evolução do espírito, que deve buscar mais e mais o retorno ao lar primeiro.
E, acima de tudo, aprendi que a única fortaleza do homem é sua própria fé. Sua certeza no futuro, o torna imbatível, pois o corpo pode jazer preso, mas o espírito, ah, esse vai por onde quer.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Nada




Nada dura
Nada permanece
Nada se perde
Nada se esquece
Nada se constrói
Então em nada se cresce
Nada o leva adiante
Nada move teu coração
Já se perdeu na sombra do dia anterior
E nada pode mudar isso
Nada é estranho
Nada é errado
Mas tudo isso é muito pouco
Tudo isso é vazio
Vazio que consumirá
E transformará tudo em redor em nada...
Nada a fazer, nada a declarar
Já não há mais tempo
E já nem se pode mais esperar
Do que já nada mais irá acrescentar
Nada para entender, muito para perdoar
Lembranças de outra vida, que acabo de deixar
Pois já não há mais vida, quando nada está a pulsar

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Contos de uma existência: Cisão


"But I'm lost, crushed, cold and confused
With no guiding light left inside..."


Uma batida que começa. O que era um de repente se faz dois, duas partes quebradas, que se estranham, não se reconhecem. Uma delas, que quis sua própria vida, sua própria continuidade. Sem mais cuidado, união, sequer amizade.
Para a outra, que ainda busca o retorno ao primeiro momento, a vida se torna um tatear no escuro, em busca dos próprios pedaços que jazem perdidos no chão, enquanto milhares de sentimentos pululam na mente que trabalha arduamente junto ao coração para buscar uma saída, um caminho de encontro à luz, que se afasta cada vez mais seguindo seus próprios rumos incertos.
Assim começa a escuridão. Pois não se pode fazer luz e calor, sem fogo e lenha. Um ritmo de tom forte incendeia a alma, que agora busca apenas uma explicação. E a sensação de abandono, de perda, de uma pequena revolta que começa a crescer. É inevitável. Começa o desfile de imagens perturbadoras da felicidade anterior, não sobrando muito mais do que um gélido e triste pedaço de alma, a tentar preservar a própria humanidade em meio aos ventos gélidos que a circundam.
Não há vida sem luz, e o teatro da vida ganha um lugar vazio no palco da existência. Um vazio que consome tudo em volta, como um buraco negro feroz a devorar a estrela mais amada que existia dentro da alma que agora jaz ferida, a conferir o próprio e ouvir os próprios passos, para verificar que ainda possui vida.
E, enquanto isso, a luz que ela busca já se encontra a mil mundos de distância, passeando por paragens incertas, acreditando que seu próprio brilho é a razão de sua felicidade. 
Tudo está pronto então, para o próximo ato, no qual a alma humana é levada aos extremos limites de uma sinfonia exemplar, na qual sentimento é apenas uma palavra sem forma, mas que habita em todo lugar.