segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Vilão x Vítima



Encarar a vida como uma batalha. Parece justo, e realmente pode ser o caminho para vencer, desde que não nos coloquemos no confortável posto de pobres coitados. O que acontece é fruto do nosso passado, quer queiramos ou não aceitar isso. É fácil encarar o espelho e ver um pobre coitado que precisa de cuidado, atenção e amor. Mas não podemos nos esquecer que o mesmo indivíduo que precisa de igualdade precisa, também, de correção. Somos todos humanos e, portanto, imperfeitos.
Todos temos provações. E todas nos levam ao extremo de nós mesmos. Uns passam por provações físicas, outros psicológicas, morais... Todas com o mesmo grau de dificuldade em serem superadas, porque só cada um sabe o que é carregar a própria cruz e fazer dela um sinal de vitória.
Vivemos num mundo que tem a errônea tendência de classisficar, hierarquizar e quantificar tudo. Porém, sofrimento é sofrimento, e quem faz dele uma justificativa para errar apenas está sendo hipócrita consigo mesmo. Porque qualquer pessoa que tenha plena consciência de si saberá que, ao fazer isso, apenas prolonga ainda mais a própria dor, pois, ao invés de deixar o médico sanar o ferimento, deixa-o aberto um pouco mais para ter mais atenção e compreensão da parte dos outros, o que é simplesmente brincar com a própria morte. 
Se procurássemos um pouco mais sermos adultos e não pirracentos como uma criança que não quer largar um brinquedo perigoso, veríamos o quão perfeitos são os caminhos que Ele traça para nós. Porque no final de cada trilha dessas, por mais pedregosa que seja, há um lugar de descanso chamado vitória. E, por mais estranho que possa parecer a princípio, não chegam lá os que esbravejam contra tudo e todos, e sim os que têm coragem de dar o primeiro passo, que é parar de se ver como uma mera vítima do destino.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Deleite


Não se vê, apenas se sente
A razão não existe, o mundo é uma semente
Deleite para os olhos, um brilho no olhar
A graça da alegria, que vem meu espírito habitar
Já não mais sonho, porque a conquista aqui se faz
No terreno do passado, a triste lágrima para sempre jaz

Crendo que não é preciso correr
Cada passo é dado porque se faz por merecer
Brindando cada dia por ser especial
Já não mais vejo esta vida como normal
Cada som é uma nota musical
Cada palavra é um cântico transcedental
Porque cada segundo é para mim atemporal

Beleza de uma voz que não se ouve
Mas cuja presença se faz sentir
Um toque no ouvido
Um sussurro do que está por vir
Traga a mim sabor de um doce beijo
Um novo feriado para o festejo
Traga para mim a sua misericórdia
Que apaziguará em mim toda a demente discórdia

Porque efêmera é a dúvida que soa no coração
Nas horas da mais pura alegria,
Quando pela vida se tem uma ardente paixão

domingo, 16 de setembro de 2012

Embate



Nada suave é o tempo de conflito. Estar em embate, ter de lutar, seguir, conquistar. Honrosos são os clamores de vitória, diante de um obstáculo superado, um desafio cumprido, um objetivo alcançado. Vilões que são derrubados, deixando no chão o que nos separvaa da vitória.
Mas... E quando o desafio está em nós mesmos? Quando o que somos, além do que possamos meramente controlar, vai contra o que acreditamos? Nestes momentos, não basta combater o inimigo, porque nestes momentos, somos o nosso próprio inimigo. Entendemos o que ele sente, o que ele busca, o que ele é. E sabemos que o que ele quer, é apenas ser ele mesmo. Mas o que acreditamos, os nossos ideais, eles não nos permitem. E aí, meu caro, pode-se ver bombas voando por todos os cantos dentro de nós.
É fácil questionar alguém nessa situação. Sim, porque nessa situação é fácil se contradizer. E, por se pisar em ovos, é preciso ter cuidado com os nossos passos. Porque o menor movimento em falso, e teremos uma bela sujeira para limpar.
E, mais que isso, quem mais se machuca nesses conflitos é a própria pessoa que passa por essa situação. Porque dois lados que fazem parte dela se degladiam ferozmente, um querendo simplesmente engolir o outro, apenas esperando pelo decreto de quem irá vencer. Nestes momentos, a referência se desfaz, porque já não se sabe mais até onde se está sendo apenas si mesmo, frente ao que se deve enfrentar, ou se é puramente hipocrisia. A única coisa a se fazer é manter a fé, e prosseguir devagar. Porque questionamentos como os que surgem nestes momentos são pauta de discussão interna por anos a fio, nos lembrando sempre do quão longe estamos de estarmos certos das coisas.
Inclusive sobre nós mesmos.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Paraíso logo ali



Brinco de seguir
Brinco de mentir
Que a vida é bela
Que o melhor está por vir
Sinos de explosões
Escondem-se todos nos porões
Saindo para caminhar
As feras agora estão a caçar
Que briga é esta que não criei?
Mas que devora tudo aquilo que já amei?
Ouço o som de um lamento
É mais um dentre as muitas vozes
Que se foram com o vento
E cresce dentro de mim
A certeza de que foi para isso que eu vim
Porque vejo meus irmãos a chorar
O pão na mesa não tarda em faltar
Olhos tristes de uma mãe a seguir
Entregando tudo aquilo que pode de si
Vejo uma única forma de lutar
Para explodir de uma vez
Toda essa escória a nos matar
O medo se achega, alerta e sensato
Mas só vejo duas saídas
Ou eu morro, ou eu mato.
Porque querem nos levar
Eles só querem exterminar
Limpar nossa dita sujeira
E fazer de nós menos que mera poeira
Eu não queria me levar
Mãe, espero que possa me perdoar...

domingo, 9 de setembro de 2012

Paraolimpíadas

Superação. A primeira vitória é contra as próprias limitações, porque elas, em um primeiro momento, se mostram como um desafio quase intransponível. Entender que nada além do nosso desânimo pode nos vencer. Lutar, correr atrás. E, no final, alcançar os resultados.
Neste ano, foi possível ver um show dos brasileiros que, contra todas as adversidades da vida, chegaram ao lugar mais alto na mais importante das competições esportivas: As Olimpíadas. Hoje, fiquei mesmo surpreso ao ver a quantidade de primeiros lugares conquistados pelos atletas das Para-Olimíadas. 21 medalhas de ouro, sete vezes mais que o conquistado pelos atletas das Olimpíadas. Qual o valor que damos a estas pessoas?
Afinal de contas, elas representam, com muito mais dedicação e até mesmo resultados, o nosso país. Muito além de meros jogadores produzidos pela mídia, estas pessoas escalaram até o topo da montanha com seu esforço. São estes exemplos que devemos tomar, que devem ser inspiração para nós, jovens, que ainda estamos começando nossas vidas.
De resto, apenas posso manifestar o meu orgulho por pertencer à mesma nação destas pessoas fantásticas que, acima de tudo, mostram o valor que as suas vidas têm. E sem maiores delongas.


domingo, 2 de setembro de 2012

Pausa



Esse corre-corre cotidiano, que nos faz pensar sempre algumas horas adiante. Não se trata de visão de futuro, e sim de imediatismo. Não basta o que temos agora, é preciso alimentar a sede da busca pelo mais. E, nessa correria frenética, ficamos suprimidos, nem nos lembramos do que já conquistamos.
Então, num dominguinho à tarde, você se senta, olha para o céu, sente o vento batendo. Pensa em tudo que já houve, e seus problemas e inquietações começam a perder tanto poder de amedrontar você. O futuro volta a ser uma boa promessa, e a paz ganha um pequeno espaço dentro do seu espírito. Não é preciso uma oração, nada. Porque toda a sua capacidade de transcendência está ali, te levando aonde quiser. Basta apenas se deixar levar.
Porque dentro dessa correria em que vivemos, sempre estamos tão ligados no tempo futuro próximo, que nos esquecemos do que somos agora, e do espaço em que vivemos. Esquecemos de quem está ao nosso redor, e de tudo aquilo sobre o que já podemos nos regozijar. Porque a luta é feita desde que se nasce, e aquela que já vencemos têm seus frutos vistosos e saborosos só esperando nosso sinal de gratidão.
Porque talvez uma boa parte da vida seja apenas sentar sob o sol durante a tarde para não pensar em nada. Mesmo os melhores relógios precisam ser ajustados algumas vezes e, como todos já sabemos, um relógio adiantado não tem serventia alguma, senão para nos deixar com uma noção errônea do tempo em que vivemos.