quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Despedida



Realidade perfeita
Alegria e tristeza
Cada qual em seu lugar
Cada qual em seu momento
No riso não havia choro
Nao se fingia beleza no lamento

Aquelas linhas que escrevem
Os destinos que iremos traçar
Entram em choque com a pele desprotegida
Casa de espelhos a mostrar cada imperfeição antes escondida
Enquanto se arranca os pecados como a uma erva daninha
Alguns são algo além do esperado, são parte do que se é

E enquanto as lâminas cortam a pele
Para que o sangue sob o altar se santifique
O mundo se torna vermelho, de todas as cores a mente se esquece
Medo, revolta e também dor
Que fazem que alma e corpo um contra o outro venham a se indispôr

No silêncio das madrugadas caem lágrimas dos olhos
Que de dia são vermehos como a ferida que não se fecha
E o prédio que antes era um lar, uma segunda casa
Se torna a lembrança constante de uma jornada condenada
Almas para sempre no abismo lançadas

E dia após dia tudo aquilo faz cada vez menos sentido
Enquanto o silêncio começa a tomar conta da mente apavorada
Mesmo com todas as belas palavras há um quê de ódio em tanto amor
E tomando coragem, pés para fora se começa a pôr
Deixando como uma lembrança amada
Aquilo que sempre se deu valor

Não é que a despedida seja de mágoa
Mas a verdade se torna clara como água
Lembranças boas e o carinho sempre ali estarão
E essa é a parte mais difícil para aqueles que se vão
Ir embora sem adeus ou razão
Por no fundo se sabe que parte dali, infelizmente jamais novamente serão

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