terça-feira, 5 de abril de 2016

Cura



Uma explosão de cores
Um coração aberto
Pronto para novos amores
Luzes correm em volta 
Com os braços estendidos para o ar
A esperança se torna a única escolta
Pois caíram os temores
Rendidos pela harmonia
Seus lugares deram a outros senhores

Leveza como há muito não sentida
Chegou sutil, silenciosa
Quase não se fez percebida
Como a mudança de uma estação
Sem se anunciar, modesta
Faz nascer de novo flores no chão
E com lágrimas caindo pela face
Aqueles olhos antes tristonhos
Com tudo se encantam onde quer que passem

Grave como o ribombar de um tambor
Gentil como o som de uma flauta
Aprendeu que também é amiga a tão temida dor
Às palavras preferiu o silêncio
Pois sem à frente nada
Achou melhor ouvir o vento
E naquela noite tão escura
Com pesadelos vivos e medonhos
É que finalmente resgatou a alma tua

No frio acendeu pequena fogueira
Para sua surpresa a ela revelou
Que antes o abismo estava à beira
Voltou seus passos por onde vieram
Mesmo com o medo e a vergonha de admitir
Tantos equívocos para aqueles que lá atrás esperam

Vendo o quanto havia perdido
Continuou andando
Até que percebeu, que não precisava de nada daquilo
Desacelerou os passos, olhou em volta
Percebeu então que não era preciso correr
Pois o paraíso já estava à sua porta
Entregou-se então àquela paz
E sem pensar direito no tempo passando
Entregou-se à promessa de paz que somente a cura traz

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