terça-feira, 11 de setembro de 2012

Paraíso logo ali



Brinco de seguir
Brinco de mentir
Que a vida é bela
Que o melhor está por vir
Sinos de explosões
Escondem-se todos nos porões
Saindo para caminhar
As feras agora estão a caçar
Que briga é esta que não criei?
Mas que devora tudo aquilo que já amei?
Ouço o som de um lamento
É mais um dentre as muitas vozes
Que se foram com o vento
E cresce dentro de mim
A certeza de que foi para isso que eu vim
Porque vejo meus irmãos a chorar
O pão na mesa não tarda em faltar
Olhos tristes de uma mãe a seguir
Entregando tudo aquilo que pode de si
Vejo uma única forma de lutar
Para explodir de uma vez
Toda essa escória a nos matar
O medo se achega, alerta e sensato
Mas só vejo duas saídas
Ou eu morro, ou eu mato.
Porque querem nos levar
Eles só querem exterminar
Limpar nossa dita sujeira
E fazer de nós menos que mera poeira
Eu não queria me levar
Mãe, espero que possa me perdoar...

Um comentário:

  1. Acho que consigo entender o que sentiu ao escrever esta linda poesia... Pelo peso que estas palavras carregam do seu coração!

    Sublime, poeta. Tanto quanto a admiração que tenho por você.

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