sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Fruto

 

Arar, revirar a terra, escolher as sementes, o tempo e o lugar certo para plantar. Cuidar, evitar que as agressões alheias, e das casualidades do destino levem embora o que almejamos para o nosso amanhã. Isso é lutar, aprender, compreender. Quando faltarem as gotas de água da chuva, fazer crescer os nossos cultivos com o nosso próprio suor.

Mas chega a hora em que todo aquele trabalho se mostra como tendo valido a pena. Os campos de nossas vidas se tornam verdejantes, abundantes das consequências dos bons hábitos que tivemos, de cada passo para frente que tivemos a coragem de dar, e acabamos por perceber que nossa expectativa inicial tornou-se multiplicada, aumentada de uma forma inexplicável pelo que conhecemos como graça divina.

A felicidade toma conta de todos nós. O tempo é de festa, de colheita. Ver um trabalho árduo gerar coisas boas de retorno é muito mais que mera satisfação, é realização. Nossa vida foi dedicada àquilo, e presenciar um projeto se tornar realidade, sendo vivificado, é, também, ver a parte de nós que sabia que aquilo era possível nascer e crescer. Doce prazer é poder compartilhar com alguém que se ama o sabor daquela vitória. Chegar a qualquer lugar é sempre muito melhor quando se tem para quem sorrir, e ver de volta o sorriso de satisfação por aquele momento.

Mas, além disso tudo, é também tempo de saber que tão logo se acaba um trabalho, outro se inicia. Colher os frutos é finalizar um ciclo de plantio e, antes de mais nada, iniciar outro. O que plantar? Onde plantar? Será que o que fizemos dará certo para a nova estação? São perguntas que só o tempo irá responder. Mas, ainda que o céu se abra, o sol fique a pino, e a secura faça arder os nossos olhos, é bom lembrar: sempre haverá novamente o tempo de colher. E este tempo depende apenas de cada um de nós.

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