sábado, 26 de outubro de 2013

Dança


Em cada passo, um olhar furtivo
Giro, volta, ida, e um rodopio louco de paixão
Pés que conversam, cantam, se apaixonam
Mãos que se guiam, se encontram, permanecem
Um ritmo que domina os olhos cheio de vida e fogo
Numa batida que eleva os ritmos de um alegre coração

Um universo que existe no ir e vir dentro da canção
Prendendo-se, libertando-se, 
E mostrando que ainda assim se quer ficar
Um frenesi, uma fornalha ardente que consome carne e sangue
Já não são dois, e sim um que se estende em duas metades
Venham e mostrem dos que são capazes

Mostrem que a vida é mais que o ir e vir insano pelas ruas de uma cidade solitária
Mostrem que o amor está na dança a dois, onde a sintonia impera
Reinem em sua própria criação
Sem palavras, sem ações
Apenas movimentos que surgem de dentro de uma alma que mostra suas cores

Façam-se sentir, façam-se ouvir
Caiam em uma subida que irá transcender este mundo
Joguem com a música, ela foi feita para ser vivida
Brinquem com a união, ela é para que se sinta o prazer
Prazer de estar ali, enquanto o resto do mundo está parado perante seus passos
E continue apenas a ouvir o som da canção
Que coordena dentro de ti essa poderosa emoção

Tragam para o visível aquilo que só o metafísico tem
Mostrem que muito além do material
Há o mundo real
Vivam, não apenas existam
Sejam obra de arte, não de engenharia
Sejam dois seres a pulsar vida
Qual um par de estrelas no espaço
Dançando eternamente
Enquanto cada nota toca no ar
Caiam em si, saiam e voltem aqui
Porque espíritos livres é que são
Encontram seu caminho juntos
No universo que se escontra dentro daquela canção

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