quarta-feira, 12 de agosto de 2015
A promessa
Há linhas que já nascem com um título
São livros já terminados, são mitos já recontados
São outonos que pelo inverno já foram consumados
São lágrimas no rosto, depois que o coração foi quebrantado
Mas ainda que não seja visto
Lá estão eles, os dias que dos olhos são escondidos
São coração apertado, nó na garganta
São dor e desafio, que para conhecer ninguém se levanta
Naquelas palavras sussurradas de mãos dadas
Estava presente uma infinita vontade de viver
E nos olhos frente a frente colocados
É que a união de duas almas se fez nascer
Mas com os pés separados agora no chão
O grito na alma nessas noites sem fim
É que se revela a aspereza de forjar-se perante outra mão
Nessas horas incontáveis que o fogo queima em estopim
Ainda que mudos, vejo de novo aqueles lábios com suas palavras em mim
E não há mesmo previsão de quando ou onde
Só se sabe que uma hora se estará lá
E ainda que aquele olhar seja como uma primavera perdida
Certo é que desse inverno haverá despedida
Respirando novamente fora da água
Sentir nos pulmões o ar que de ti vem cheio de vida
Mal é possível lembrar seu nome
É uma memória já quase perdida
Só a sinto no peito como futura esperança
Sobre um abraço longo, junto da alma mais bonita
Recomeçando de onde tudo foi parado
Aquele conto que muitos já haviam ter se acabado
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