Os passos são dados por atores diferentes
Mas a peça nunca mudaNós que sempre nos dizemos inteligentes
Parece que a racionalidade se tornou surda
O que nos resta?
Restam clamores, e rumores
Pois quisemos viver como se a vida fosse uma eterna festa
E agora no fim, descobrimos que somos servos, não somos senhores
O que fazer? Quando a casa cai
E a sustentação de toda uma estrutura se esvai?
Oceanos de dúvida, isso que somos
Rebeldes sem causa, isso que fomos
Um nova esperança que é logo apagada
Pois a mão denebridora do orgulho
Faz com que qualquer voz fique calada
Um está por si só
Não há um pelo outro
E a vida se reduz ao pó
Pois nos quebramos diante de estátuas de ouro
Fazemos o que queremos
Trilhamos o que desejamos
Mas não sabemos onde iremos
E muito menos porque não chegamos
É a falta de Ti
É a falta de mim
Porque quem fala é apenas o Eu, e não o nós
E a vida se torna uma luta sem fim
Nessa batalha o que vale é a lei da selva
Onde quem ganha não é o mais forte, e sim o mais egoísta
E não descanso, porque não há mais relva
Pois queimei-a toda, na insanidade da conquista
E agora vejo que meu reinado
É erva morta, ossos no chão
Terra ressequida, onde o verde é passado
Ó Deus, me perdoe, o meu futuro está em Tua mão
Pois nessa carta de despedida
Deixo essa palavra antiga
Onde a esperança era força contida
E crer em Ti, grande insanidade temida
Bem vindo ao novo mundo...
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