terça-feira, 21 de junho de 2011

Relato de uma queda - Parte III: Ferida

Estive aqui, pensei nisso tudo
Foi bom que isso fizesse parte de meu mundo
É, acho mesmo que não fez tanta diferença
E essa vai ser a minha nova crença
Quero partir, quero deixar
Porque essas coisas não podem me segurar
Onde está a força? Onde está a coragem?
Me perco nesses caminhos e esqueço que a vida é só uma passagem

Eu já pensei, eu já agi
Não resta mais nada que precise fazer por aqui
Estou confiando nisso, como pode ser?
Porque como tão pouco é tudo que eu posso ver?
E me exponho, confio, e até minto
E parece que o que menos importou é exatamente como eu sinto

Vi essas coisas chegarem, ó temor
Elas vieram, me tragaram, por vezes caí em torpor
Agora, quando aceito, é isso mesmo
Deixem-me, e estou aqui, sonhando a esmo
A ferida já foi aberta
Essa é a única coisa certa
Enfim isso parece acabar
É só o que pensa, porque dentro de mim acabou de começar

O sangue escorre, a dor é alucinante
Mas não importa, já fui atingido outra vez por essa mesma lâmina cortante
Nem sei o que pensar,
O pensamento está voltado apenas em me curar
Estranho como tudo chegou até aqui
Fui apenas coadjuvante em tudo que eu vivi
E o vazio, o vazio é inevitável
Porque o que pensei ser concreto, era apenas desejo inflável
E ele estourou...
Estourou causando surpresa, indignação
Tristeza, isso está encravado qual faca no meu coração

Mas agora aprendi, porque tudo começou em mim
Não queria ter que confessar,
mas tudo isso parece ter sido um erro
Vou esperar um pouco, anter de recomeçar
De tudo que aconteceu só me restou o desterro
Estou alheio a tudo que não queria
E volto, vou esperar por mais um dia
Este dia que raiará
No qual a Tua luz em minha vida, novamente brilhará
E até lá...

O sangue apenas escorre.
Porque para ver onde eu realmente andava, precisei sentir essa dor.
Que me mostrou o chão de cascalho, e onde tropecei
E inicio novo labor
O caminho de volta, cabeça baixa, porque por aqui vaguei?
É isso mesmo, pode ter sido bom pra qualquer um
Mas para mim, não foi mais que andar para lugar nenhum...

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