terça-feira, 14 de junho de 2011

Relato de uma queda - Parte I: Pensamento

Engraçado como as coisas parecem ser. Estamos no nosso pequeno mundo, regido pelas coisas que julgamos serem certas e, de repente, surge aquele pensamento. Não é nada, foi só um lapso. Afinal de contas, temos milhares de pequenas ideias por dia, e por fim acabamos por esquecer, pois não devemos nos preocupar com coisas pequenas.

Escola, faculdade, trabalho, família, amigos. São mil coisas sufocando o que somos por dentro, pois estamos ocupados o dia todo com muitas coisas para ouvir aquilo que suplica dentro de nós. E vai ficando cada vez mais suprimido, enterrado, até mesmo porque nos acostumamos a não nos encararmos na frente do espelho por mais do que trinta ou quarenta segundos por dia.

A verdade é que não queremos ter trabalho conosco. Nos colocamos como certos, imutáveis, e a parada é inevitável. Não queremos mudar, não queremos seguir. Estacionamos, e achamos que estamos em movimento. Não nos vigiamos, não nos guardamos, nos expomos, e confiamos. Confiamos em nós mesmos...

E o pensamento volta. Nem sempre os consideramos como bons, às vezes nem pensamos a respeito deles, e não percebemos que estão voltando com frequência, mais frequência do que seria normal. Ignoramos, e somos negligentes conosco mesmos. E, por fim, quando nos surpreendemos, o que começou como mero pensamento, que nem lembramos mais como se originou, é ideia fixa, desejo, vontade, e incomoda, podendo levar aquela mesmo ideia ao plano físico que se chama ação.

E isso, isso é apenas o começo...

Um comentário:

  1. Alienados de nossa própria situação, vivemos andando e correndo feito loucos sem saber para onde ir. E nesse caos urbano, nessa pressão para todos os lados não nos encontramos.

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