sábado, 10 de agosto de 2013

Realidade Virtual



Sou o que vejo? Ou sou o que sinto?
Estranho que se tocam, se falam, se excluem
Será esta paisagem a nossa verdade?
Ou apenas arquitetura e estética?
Será que ainda sou natural?
Ou já me esqueci de que também sou animal
Sintéticos, aditivos, conservantes
Caem em mim chovendo a genialidade
De quem apenas não quer admitir
A sua própria monstruosidade
Nas voltas do mundo permaneço aqui
Nessa estranha morosidade
Olhando um sol elétrico que ilumina uma trilha feita para mim
Mas que eu não sei se quero, porque no fundo eu sei que não sou assim

Viajo nas ondas desta existência confusa
Ruído cósmico a me lembrar do tamanho do meu umbigo
Prateleiras de ofertas para ser feliz
Mas nenhuma delas traz a única coisa que eu sempre quis
Serei um eterno insatisfeito?
Ou apenas mais um pobre aprendiz?
Crendo que cada passo é um avanço à frente
Mas sem saber o que, no final, trará a conrrente
Confiando apenas no que se sente
Porque a razão é loucura,  uma loucura que vende e mata

 Luta, invasão, repressão
Até quando não veremos onde é que está o nosso irmão?
Mas já não importa, porque etiquetaram a realidade
E só a compreende quem paga pelo cinema
Porque o novo deus dinheiro não é piedoso
E nem tem misericórdia
Só tem ganância, e apenas quer adoração
Se mate por ele, e talvez ele lhe poupe um pouco mais de vida
Vida no iate, na costa das praias compradas
Onde jazem os restos
De uma natureza que foi desarmada

Mas ignore tudo isso
É peso demais para tão pouca consciência
Que caindo sobre todos nós
Esmagaria nossas faces na vergonha
A prepotência do controle absoluto
O abandono daquilo que não é mais que um minuto
Faça valer cada centavo
Porque nos cofres largos da atualidade
Não cabem pensamentos, apenas vontades
Que se vendem, prostituem-se com suas próprias imoralidades
Enquanto uns morrem a ver as maravilhas da TV
Perecem nos campos aqueles que lutam por aquilo que há muito já não se vê

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