terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Simetria



Um olhar. Uma palavra. Um abraço. Um toque, uma palavra não dita. Um pequeno cartão. Um desenho feito à mão. Uma piadinha sem graça. Um bom dia. Um sorriso. Um telefonema. Uma foto. Um cartão-postal. Um chaveiro. Uma música. Uma poesia. Uma vibração sincera pela vitória obtida. O encorajamento durante a luta. Um lenço para as lágrimas. Um guarda-chuva na tempestade. Um almoço feito com capricho. Uma ajuda para pegar os livros caídos do chão. Sentar juntos para ensinar o que o outro não aprende. Emprestar e depois não pedir de volta.
Tudo isso é imagem. Imagem relfetida no espelho do tempo, e que volta sobre o nosso eu, que achava se tratar de um outro alguém, mas no final descobre que apenas se tratava de uma extensão de si mesmo, como um corpo que leva a mão aos pés doloridos de tanto andarem, para confortá-los de seu intenso trabalho. 
Porque, no final das contas, a gente percebe que o mais importante da vida está, sim, na primeira pessoa. Mas na primeira pessoa do plural. E, ao olhar para o lado, não vemos outra metade. Vemos a nós mesmos. Algumas vezes de forma invertida, mas essa é a apenas a beleza do que somos juntos: uma perfeita simetria, na qual o que fazemos aos outros, é o que fazemos a nós mesmos, seja no presente, seja no futuro, quando nossas ações se dobram sobre o espaço, e nos alcançam de volta.

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