quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Irmãos



Eles nascem conosco. Antes ou depois de nós. São adotados em orfanatos, ou os conhecemos ao longo da vida. São aquelas pessoas cujas palavras se fazem em um olhar apenas, onde frases inteiras estão codificadas. 
Riem conosco, ou riem de nós. São tempos divididos nas brincadeiras em casa durante a infância, tempo na casa dos outros dividido entre fazer os trabalhos da escola e encontrar algo melhor para fazer. São confidência, até naqueles momentos em que cometemos nossos pequenos delitos caseiros. 
São união, força e motivação, naqueles períodos complicados, em que não sabemos direito o que fazer. São luz de esperança quando caímos em becos escuros, e nos lembram de tudo que podemos ser, e da vida que podemos ter. São consolo para as lágrimas quando o coração se parte devido às mais diversas intempéries da vida.
Eles são iguais a nós, ainda que cada um tenha suas particularidades, suas próprias dúvidas, anseios e sonhos. Mas todos temos limites e problemas, que, quando nos damos as mãos, se tornam apenas etapas que iremos superar. Quando nos abrimos e permitimos que eles se acheguem e nos consolem, percebemos que a nossa condição humana é, antes de tudo, um presente. Um presente para que possamos aprender, dia após dia, a amar, a acreditar, a perdoar, e também a ter esperança. À medida que crescemos, vemos que eles não são apenas memória dos dias de infância, de escola, ou de quaisquer outros lugares que já fomos juntos. Sempre que os reencontrarmos, veremos que na verdade, irmãos são para sempre.

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