Estive aqui, pensei nisso tudo
Foi bom que isso fizesse parte de meu mundo
É, acho mesmo que não fez tanta diferença
E essa vai ser a minha nova crença
Quero partir, quero deixar
Porque essas coisas não podem me segurar
Onde está a força? Onde está a coragem?
Me perco nesses caminhos e esqueço que a vida é só uma passagem
Eu já pensei, eu já agi
Não resta mais nada que precise fazer por aqui
Estou confiando nisso, como pode ser?
Porque como tão pouco é tudo que eu posso ver?
E me exponho, confio, e até minto
E parece que o que menos importou é exatamente como eu sinto
Vi essas coisas chegarem, ó temor
Elas vieram, me tragaram, por vezes caí em torpor
Agora, quando aceito, é isso mesmo
Deixem-me, e estou aqui, sonhando a esmo
A ferida já foi aberta
Essa é a única coisa certa
Enfim isso parece acabar
É só o que pensa, porque dentro de mim acabou de começar
O sangue escorre, a dor é alucinante
Mas não importa, já fui atingido outra vez por essa mesma lâmina cortante
Nem sei o que pensar,
O pensamento está voltado apenas em me curar
Estranho como tudo chegou até aqui
Fui apenas coadjuvante em tudo que eu vivi
E o vazio, o vazio é inevitável
Porque o que pensei ser concreto, era apenas desejo inflável
E ele estourou...
Estourou causando surpresa, indignação
Tristeza, isso está encravado qual faca no meu coração
Mas agora aprendi, porque tudo começou em mim
Não queria ter que confessar,
mas tudo isso parece ter sido um erro
Vou esperar um pouco, anter de recomeçar
De tudo que aconteceu só me restou o desterro
Estou alheio a tudo que não queria
E volto, vou esperar por mais um dia
Este dia que raiará
No qual a Tua luz em minha vida, novamente brilhará
E até lá...
O sangue apenas escorre.
Porque para ver onde eu realmente andava, precisei sentir essa dor.
Que me mostrou o chão de cascalho, e onde tropecei
E inicio novo labor
O caminho de volta, cabeça baixa, porque por aqui vaguei?
É isso mesmo, pode ter sido bom pra qualquer um
Mas para mim, não foi mais que andar para lugar nenhum...
terça-feira, 21 de junho de 2011
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Relato de uma queda - Parte II: Ação
Desejo, aceitação, fraqueza. Já não refutamos mais aquela possibilidade. Queremos viver a experiência, tentar o que nunca tentamos. Novos horizontes se desenham, e o que está além deles passa a ser nossa busca.
Ainda resta o mínimo de contrariedade, mas ela está em coma induzido. Estamos matando o que resta para contestar o alvorecer desta ideia, que raiará brilhante na luz da ação. O debate se tornou monólogo, no qual são criadas mil justificativas.
Até que o silêncio impera. O monólogo acabou e, naquele momento, a voz que justifica emudece, pois não é mais necessário falar. É o momento da ação, e ela apenas se delicia com o acontecimento. Enfim feito, e está acabado.
Eis que surge uma nova sensação. É neste momento que vemos que fazer ou não já não era a questão. Já havíamos praticado o ato antes de executá-lo, e a ação foi apenas consequência da intenção.
E a dúvida surge, arrebatadora, implacável. E AGORA? Pois a experiência me mostrou o que temia. Que gosto deste novo ambiente, e parte de mim não quer nunca mais deixar este lugar...
Ainda resta o mínimo de contrariedade, mas ela está em coma induzido. Estamos matando o que resta para contestar o alvorecer desta ideia, que raiará brilhante na luz da ação. O debate se tornou monólogo, no qual são criadas mil justificativas.
Até que o silêncio impera. O monólogo acabou e, naquele momento, a voz que justifica emudece, pois não é mais necessário falar. É o momento da ação, e ela apenas se delicia com o acontecimento. Enfim feito, e está acabado.
Eis que surge uma nova sensação. É neste momento que vemos que fazer ou não já não era a questão. Já havíamos praticado o ato antes de executá-lo, e a ação foi apenas consequência da intenção.
E a dúvida surge, arrebatadora, implacável. E AGORA? Pois a experiência me mostrou o que temia. Que gosto deste novo ambiente, e parte de mim não quer nunca mais deixar este lugar...
terça-feira, 14 de junho de 2011
Relato de uma queda - Parte I: Pensamento
Engraçado como as coisas parecem ser. Estamos no nosso pequeno mundo, regido pelas coisas que julgamos serem certas e, de repente, surge aquele pensamento. Não é nada, foi só um lapso. Afinal de contas, temos milhares de pequenas ideias por dia, e por fim acabamos por esquecer, pois não devemos nos preocupar com coisas pequenas.
Escola, faculdade, trabalho, família, amigos. São mil coisas sufocando o que somos por dentro, pois estamos ocupados o dia todo com muitas coisas para ouvir aquilo que suplica dentro de nós. E vai ficando cada vez mais suprimido, enterrado, até mesmo porque nos acostumamos a não nos encararmos na frente do espelho por mais do que trinta ou quarenta segundos por dia.
A verdade é que não queremos ter trabalho conosco. Nos colocamos como certos, imutáveis, e a parada é inevitável. Não queremos mudar, não queremos seguir. Estacionamos, e achamos que estamos em movimento. Não nos vigiamos, não nos guardamos, nos expomos, e confiamos. Confiamos em nós mesmos...
E o pensamento volta. Nem sempre os consideramos como bons, às vezes nem pensamos a respeito deles, e não percebemos que estão voltando com frequência, mais frequência do que seria normal. Ignoramos, e somos negligentes conosco mesmos. E, por fim, quando nos surpreendemos, o que começou como mero pensamento, que nem lembramos mais como se originou, é ideia fixa, desejo, vontade, e incomoda, podendo levar aquela mesmo ideia ao plano físico que se chama ação.
E isso, isso é apenas o começo...
Escola, faculdade, trabalho, família, amigos. São mil coisas sufocando o que somos por dentro, pois estamos ocupados o dia todo com muitas coisas para ouvir aquilo que suplica dentro de nós. E vai ficando cada vez mais suprimido, enterrado, até mesmo porque nos acostumamos a não nos encararmos na frente do espelho por mais do que trinta ou quarenta segundos por dia.
A verdade é que não queremos ter trabalho conosco. Nos colocamos como certos, imutáveis, e a parada é inevitável. Não queremos mudar, não queremos seguir. Estacionamos, e achamos que estamos em movimento. Não nos vigiamos, não nos guardamos, nos expomos, e confiamos. Confiamos em nós mesmos...
E o pensamento volta. Nem sempre os consideramos como bons, às vezes nem pensamos a respeito deles, e não percebemos que estão voltando com frequência, mais frequência do que seria normal. Ignoramos, e somos negligentes conosco mesmos. E, por fim, quando nos surpreendemos, o que começou como mero pensamento, que nem lembramos mais como se originou, é ideia fixa, desejo, vontade, e incomoda, podendo levar aquela mesmo ideia ao plano físico que se chama ação.
E isso, isso é apenas o começo...
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Recomeço...
Os passos são dados por atores diferentes
Mas a peça nunca mudaNós que sempre nos dizemos inteligentes
Parece que a racionalidade se tornou surda
O que nos resta?
Restam clamores, e rumores
Pois quisemos viver como se a vida fosse uma eterna festa
E agora no fim, descobrimos que somos servos, não somos senhores
O que fazer? Quando a casa cai
E a sustentação de toda uma estrutura se esvai?
Oceanos de dúvida, isso que somos
Rebeldes sem causa, isso que fomos
Um nova esperança que é logo apagada
Pois a mão denebridora do orgulho
Faz com que qualquer voz fique calada
Um está por si só
Não há um pelo outro
E a vida se reduz ao pó
Pois nos quebramos diante de estátuas de ouro
Fazemos o que queremos
Trilhamos o que desejamos
Mas não sabemos onde iremos
E muito menos porque não chegamos
É a falta de Ti
É a falta de mim
Porque quem fala é apenas o Eu, e não o nós
E a vida se torna uma luta sem fim
Nessa batalha o que vale é a lei da selva
Onde quem ganha não é o mais forte, e sim o mais egoísta
E não descanso, porque não há mais relva
Pois queimei-a toda, na insanidade da conquista
E agora vejo que meu reinado
É erva morta, ossos no chão
Terra ressequida, onde o verde é passado
Ó Deus, me perdoe, o meu futuro está em Tua mão
Pois nessa carta de despedida
Deixo essa palavra antiga
Onde a esperança era força contida
E crer em Ti, grande insanidade temida
Bem vindo ao novo mundo...
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Negligência
A negligência nasce naqueles momentos em que decidimos não decidir. A postura de ignorar determinado fato é se colocar acima do mesmo, pois ninguém deixa de lado algo que certamente o atingirá. Talvez aí esteja a origem desta atitude, a falta de humildade para colocar-se como parte daquele contexto, daquela situação.
Não ser negligente é ter um pouquinho mais de apreço por aquilo que nós é "alheio". E quando fazemos isso, nos sentimos tão dentro daquela situação que mal podemos lembrar daquele momento no qual julgamos estar fora, além daquela situação. Com a mesma intensidade e força de vontade de nos dedicamos a coisas banais, devemos nos dedicar a essa causas alheias. Posso até estar sendo clichê, ou talvez clichês sejam aquelas coisas que não tenhamos mais coragem de pensar a respeito.
Não ser negligente é ter um pouquinho mais de apreço por aquilo que nós é "alheio". E quando fazemos isso, nos sentimos tão dentro daquela situação que mal podemos lembrar daquele momento no qual julgamos estar fora, além daquela situação. Com a mesma intensidade e força de vontade de nos dedicamos a coisas banais, devemos nos dedicar a essa causas alheias. Posso até estar sendo clichê, ou talvez clichês sejam aquelas coisas que não tenhamos mais coragem de pensar a respeito.
A negligência só leva à dúvida. O que teria ocorrido se não tivesse parado e deixado a oportunidade passar? O amargor de ver a chance passar descerá pior que fel pela garganta, e só poderemos engolir essa, pois foi nossa opção fazer, ou melhor, não fazer nada. E, a exemplo do que fizemos, o que colheremos não será nada com conteúdo, pois o jogamos fora, como se não houvesse mais nada a aprender.
Dessa forma, que tal não sermos negligentes? Ter um pouquinho de atitude não fará mal a ninguém e, no fim das contas, podemos nos sentir mais realizados do que se ficássemos apenas da janela observando. Há uma grande diferença entre observar uma procissão da janela e estar no meio dela. Na primeira opção, você se pergunta o porquê das pessoas fazerem aquilo. Já na segunda, você tem absoluta certeza daquilo que o move.
E nada poderá te parar...
Dessa forma, que tal não sermos negligentes? Ter um pouquinho de atitude não fará mal a ninguém e, no fim das contas, podemos nos sentir mais realizados do que se ficássemos apenas da janela observando. Há uma grande diferença entre observar uma procissão da janela e estar no meio dela. Na primeira opção, você se pergunta o porquê das pessoas fazerem aquilo. Já na segunda, você tem absoluta certeza daquilo que o move.
E nada poderá te parar...
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