quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Par de uma carta só


Ando, percorro um caminho longo
Aqui estou a vagar pelos meus próprios medos
E no primeiro erro, ao chão sou levado pelo tombo
Às vezes me sinto uma sala secreta repleta de alheios segredos


Finjo não ligar
Podes por mim passar
E quando em dor, a minha face ver
Sorriso no rosto, já longe te vejo a correr


Estou aqui
Caso ainda se lembre de mim
Enquanto outro me procura
Sempre verei além, desta realidade obscura


Creio que não seja errado
Mas tudo ficou no passado
Estarei sempre a ouvir
Até o momento que tenhas de partir


Pelo meu caminho eu vou
Não sinto que ninguém a este andarilho deixou
Apenas puderam olhar para cima
Por cima desta grossa neblina
Suas asas abriram
Para o céu elas seguiram


Porto seguro a ver o mar
A ver navios irem e chegar
Receber quem está a vir
Me despedir de quem está a partir
Talvez esse seja o simples sentido
De todas as confusas marés que tenho vivido


Me perco, me descubro, me reinvento. 
A cada momento, sou uma nova obra, uma nova pintura, uma nova poesia, 
Na busca por um apreciador da arte da minha existência
Que veja além da minha moldura, que veja a minha completa essência...

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