quarta-feira, 3 de abril de 2013

De quem é a culpa?



A vida inteira sempre fiz parte de uma sociedade ímpar. Nosso país tem uma singularidade que o torna bastante especial. Somos o fruto de uma mistura, uma miscigenação de culturas. Cresci em meio à transição do Brasil devedor ao Brasil credor. Da falta de oportunidades de estudo, às bolsas para universitários no exterior. Presenciei, ainda que não tivesse a devida maturidade, a denúncia de inúmeros casos de corrupção, ataques entre partidos, e por aí vai. Assisti e participei da eleição da primeira mulher presidente do Brasil. Vejo todos os dias pessoas que se queixam das condições de vida, de como a política é levada por nossos representantes...
Mas no final das contas, quem é o culpado? Quem é a maioria, o povo ou os governantes? Mais que isso, quem são os insatisfeitos? Porque quem está por cima não tem motivos para olhar para baixo, a não ser que seja uma pessoa com sensibilidade humana, o que não é nem uma qualidade, e sim, um dever. Mas, no final das contas, quem elege? Quem usa os hospitais, quem é que vê a realidade assim como ela é? Apesar de o governo ser quem muda as leis, quem direciona o dinheiro para este ou aquele setor, é o povo que utiliza. Se nós não reclamarmos, ninguém muda. Porque enquanto nós não demonstrarmos nossa insatisfação, eles continuarão achando que está tudo bem.
Quem nasce rico não sabe o que é ser pobre, e quem nasce pobre não sabe o que é ser rico. São mundos diferentes, que quase sempre se relacionam conflituosamente. Mas cabe a nós fazer ess contato, porque somos nós que estamos nele. Enquanto sentirmos que alguém está nos excluindo, temos que nos manifestar. A vida é assim, ninguém vai fazer nada por você, principalmente quando a situação vigente é cômoda para ser mantida. 
Muitos falam da vida nos países ditos ricos, mas até eles exploram alguém. Basta estudar uma ou duas páginas de história. E se a população vive bem, é porque quando querem tirar o que é dela, eles vão às ruas, protestam, fazem-se ouvir. Enquanto não nos vermos como cidadãos, não seremos tratados como tal. Seremos mal educados, assaltados, extorquidos, enganados... Porque nós mesmos fazemos isso uns com os outros. A nossa mentalidade é, infelizmente, de nos darmos bem a qualquer custo. Ou por qual outro motivo todo o mundo conheceria o jeitinho brasileiro? Se queremos que nosso país mude, somos nós que devemos educar nossos filhos, parar de engolir tanta bobagem midiática e dizermos primeiro para nós mesmos que temos nossos direitos e deveres. Cumprindo os últimos, poderemos clamar por todos os direitos que nos são privados. Mas isso, só depois que pararmos de nos ver como sendo apenas o país que não vai pra frente, porque o outro não faz a parte dele. O outro nada mais é do que uma extensão de nós mesmos, pois todos fazemos parte de um só corpo, quer vejamos isso, ou não.

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