domingo, 28 de abril de 2013

Marcelino



Marcelino era um garoto assim
Daqueles que brincam, que sempre correm no jardim
Marcelino vivia a sonhar
Com o dia em que abriria os braços
E magicamente poderia voar
Andava em meio as ruas de sua cidade
Com a cabeça longe, em outra realidade
Era engraçado vê-lo dizer
Coisas que alguém realista
Jamais ousaria querer
Escolhia a dedo quem seriam seus irmãos
Pois era de falar pouco, não gostava de termos vãos
Pintava e construía meio sem querer
Andava e via o que poderia fazer
Gostava sempre de vir a semear
Em campos ditos perdidos
Para onde ninguém mais dirigia o olhar
De tanto sonhar começou a crer
Ainda que muitos lhe dissessem:
"Não se deixe enlouquecer"
Com o pensamento passou a edificar
Seu balão mágico, de onde partiria a viajar
Via os morros como meio caminho até chegar
Nos campos verdes que aspirava admirar
"Sonha, Marcelino" era o que ele ouvia dizer
Uma voz doce, que lhe fazia enternecer
Ante o canto do galo ao raiar
Marcelino foi, e começou a trabalhar
Sempre olhando para cima, pensava consigo
"O que devo faço agora, o resto é contigo"
E na sua certeza inabalável, um dia seu balão ficou pronto
Marcelino sonhou, construiu, zarpou
Ao sabor dos ventos, que além do oceano o levou
Pois sabia o que muitos continuam a ignorar
Que no vento existe uma voz
Que nos mostra para onde andar
Descendo em terra, continuou a prosseguir
Sem esquecer, porém, de onde o vento o fez subir

2 comentários:

  1. Sonha mais, Marcelinho !
    Essa volta ao mundo dos sonhos só começou !

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    Respostas
    1. Obrigado, Flávio! NO fundo existe um Marcelino dentro de todos nós. Basta ouvir ele, e confiar que, com o tempo, nossos planos vão dar certo.
      :)

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