segunda-feira, 23 de junho de 2014

Referenciais



Progredir. Avançar. Estar sempre em moviemento rumo a uma melhoria contínua de nós mesmos. Não deixar que a morosidade que este mundo oferece nos faça cair no erro do conforto, da conformidade com o suficiente que podemos oferecer, e sim buscar sempre aprimorar nossa própria visão de mundo, nossas ações perante os outros, o nosso meio e até mesmo em relação a nós mesmos.
Na física, mais especificamente na mecânica clássica, são estudados movimentos de corpos ao longo do espaço e do tempo. A rapidez com que um corpo se move é dada por sua velocidade, mas ela sozinha não é capaz de definir exatamente o que acontece com aquele corpo. É preciso saber seu deslocamento, que nada mais é que definir para onde ele está indo. Definir a direção para a qual ele se dirige, e só então, juntamente com a sua velocidade, é que podemos avaliar sua trajetória. 
Para tanto, é preciso definir algo chamado referencial. Sem ele, não há como saber para onde o corpo vai. Não importa se ele está a cem, duzentos quilômetros por hora, ou até mesmo na velocidade da luz. Se ele não estiver direcionado ao seu destino final, então ele apenas se afasta mais e mais de seus objetivos.
Assim é a vida. Não adianta apenas sabermos que estamos em movimento. Porque sem um referencial estamos apenas vagando sem rumo. É preciso ter uma base, um ponto no qual se basear, para saber para onde estamos indo. Seja ele nosso ponto de partida, ou nosso objetivo final, é preciso saber para onde nos lançamos.Não há sentido para nossa caminhada, tal qual não há sentido na trajetória de um corpo sem um ponto de referência.
Segundo a Mecânica Clássica, um corpo pode parecer mais devagar, mais rápido ou até mesmo parado dependendo do referencial que estivermos. É aquela velha história do carro na rodovia que, ao alcançar a mesma velocidade que aquele no qual estamos, não avançará nem retrocederá, ficará ali, lado a lado. Mas para quem estiver parado na estrada, ambos estarão em movimento. E algum dos dois está errado? Não! E essa situação extremamente simples mostra que avaliar os rumos alheios requer nos colocarmos também em seus referenciais. Assim como na física, duas análises não serão iguais, caso sejam tomadas de dois pontos de vista diferentes. Respeitar os pontos de vista alheios não só nos ajuda a compreender as suas situações e contextos, como também nos dá verdadeiro embasamento para ajudar quando preciso, sem corrermos o risco de nos deixar levar por pré-conceitos e meros julgamentos pessoais. Assim como o universo, a condição humana pode ser avaliada a partir de infinitos referenciais. Essa é a beleza da nossa existência: aprender a conviver com a nossa própria diversidade, ao mesmo tempo em que precisamos ter um ponto de segurança, de confiança. E é isso que nos faz maiores, melhores e mais capazes de lidar com toda a problemática que é crescer ao longo de nossa existência. 
Assim, não podemos deixar de termos nossos referenciais. Sem eles seremos apenas viajantes sem rumo. Precisamos apenas ter a consciência de que ele não é o único possível no universo e, por mais que tudo pareça girar em nosso redor, também fazemos parte da dinâmica que move tudo, inclusive nós mesmos. 

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