domingo, 29 de março de 2015

Cataclisma



Muito tempo depois de o mundo se formar
E todo o sistema daquela terra enfim se finalizar
Quebrando todas as leis da ciência conhecida
Surge um novo evento cataclísmico
Mostrando que a ordem de todo o universo
É aquela já antes vista nos poderosos abalos sísmicos

Aves voam pelos céus
Árvores caem mostrando suas raízes
Lagos vazam por suas margens que já não existem
E os oceanos adentram a terra revelando antigas cicatrizes

O próprio céu muda de cor
E enquanto o sol torna-se negro em um eclipse total
No horizonte surgiu uma nova lua 
Que vermelha como sangue anuncia que aquilo tudo é mesmo o final
E enquanto estrelas surgem piscando muito mais do que o normal
Parece que tudo se inquieta, a própria natureza se tornou sobrenatural

Feras se escondem em suas tocas
Mesmo elas perderam a coragem de contemplar o que se passa
E até as cigarras estremecem dentro de duas casas ocas
Enquanto estrondos de trovão sacodem todo o ar
E  relâmpagos não mais azuis ziguezagueiam sem parar

E enquanto o mundo conhecido se desfaz
Lá estão os olhos aflitos e confusos
Dos que precisam deixar seus lares sem olhar para trás
Segurando nos braços apenas a própria essência
Fazem-na a salvo, para garantir a própria sobrevivência

Buscando um abrigo onde possam aguardar
Acabam dividindo espaço com as mesmas feras 
Com quem um dia eterna guerra vieram a declarar
No local onde apenas os flashes de fora conseguem iluminar
Um abraço de medo os fez agora um para outro se voltar
E até que aquele apocalipse do velho venha por fim terminar
Frente e verso unidos como um só em desespero irão estar

Nenhum comentário:

Postar um comentário