terça-feira, 26 de maio de 2015

Quadros, músicas e vigílias



 A música que soa alto
Braços pra cima, olhos fechados no espaço
É a noite intensa, que agora chega de assalto
Um lugar escuro e fechado
Cores e gente, um ritmo em compasso
São vozes unidas, é o abraço inacabado

Quadros que foram pintados à mão
Mas que andam e dançam
São arte viva, sem regras ou direção
Mudam de telas umas para as outras
Mágica pura, algo sem explicação

E mesmo ao longe em outros lugares
Em um museu perdido, naquela longínqua cidade
Talvez num campo de flores, é que estão os seus pares
Esperam a próxima exposição
Talvez um momento oportuno
Naquela próxima estação

Voando um para o outro em sonhos
Encontram-se em amor
Lá não existem lágrimas ou rostos tristonhos
São alegrias incontidas, meros abraços de amor
São pinceladas de vida, são de nova cena o próprio pintor

É esperar uma partida que muito se atrasou
Ou uma chegada que por muito se adiou
Pois não importa onde se esteja
Juntos são como que um humilde "que assim seja"

E enquanto a cascata de su'alma transborda em pensamento
Os sons daquela noite serão apenas desejo sem alento
Serão saudade inconsumada
Serão por nem se sabe até quando
Uma longa espera interminada

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