quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Morte



O fim. Uma passagem. Um novo começo. Muito se diz tentando lançar uma luz à incógnita que é o final da existência humana, enquanto permanecemos apenas tendo nossas próprias crenças a respeito do que acontece após deixamos nossas vidas para trás, ao final de uma dentre tantas outras histórias vividas nesse nosso planeta. 
E justamente essa incerteza nos inquieta o pensamento toda vez que nos lembramos desse destino inevitável que encara a todos nós. Não ter ideia do futuro é uma situação pela qual nunca gostamos de passar, pois de estarmos acostumados a termos nossas garantias, nossa margem de segurança, tamanha incerteza se mostra como uma avassaladora prova de nossa incapacidade de controle sobre nossos próprios caminhos. 
Mas talvez ao longo de nossa própria vida sejam dados sinais do que seja essa experiência. Desde criança nos encontramos em situações ditas como estáveis, até que tudo deixa de ser como era, e se transforma. São etapas que começam e terminam, muito frequentemente a nosso contragosto. Queremos continuar na mesma escola, com as mesmas pessoas, ou na mesma faculdade, ou na mesma casa onde se cresceu.
Porém, após passarmos pelo processo de início de uma nova etapa, e voltamos aos lugares onde estávamos antes, vemos que algo ali não é mais o mesmo. Após nos formarmos, voltar à escola é uma experiência muito estranha. Entramos em um lugar que conhecemos como a palma de nossas mãos, mas não estão mais ali aqueles que conhecemos. Mesmo alguns de nossos professores já deixaram seus postos. E então entendemos que nosso tempo ali acabou. Deixando saudade, mas acabou. Mesmo que permanecêssemos ali, no fundo saberíamos que nosso tempo passou. As cadeiras não são mais as mesmas, As salas estão pintadas de cores diferentes, a própria atmosfera do ambiente se transformou. É uma etapa que não nos cabe mais vivenciar.
Talvez seja isso a vida. Uma grande etapa, na qual não temos muita ideia de quais serão nossos rumos no futuro, mas que devemos explorar em todas as suas possibilidades, para que ao final tenhamos aprendido o quanto pudermos, e cultivado tantas sementes quanto conseguirmos. Assim como não tínhamos ideia do que nos aguardava quando éramos mais novos, talvez só devamos saber mesmo o que acontece ao finalizar o que temos por fazer agora. Se há algo que o tempo nos ensina enquanto crescemos, é que ele definitivamente não tem pressa alguma.

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