sábado, 12 de setembro de 2015

Paz



São as noites em claro
São os dias que o céu se fez apagado
São reflexos estranhos que serpenteiam no céu
É meu pensamento que circula livre ao léu

É chiado de música tocada em disco de vinil
É o ar molhado de chuva no começo de abril
São as telhas de uma casa na beira da estrada
É ruído na mata de uma formosa cascata

São rebanhos que vagam tranquilos pelos pastos
São sapatos já usados, seus solados por completo gastos
São acordes e notas em um violão
São sentimentos pulsados, intensos no coração

São cores do fim do entardecer
É a brisa fria que faz o corpo se encolher
São de reflexos de lua em água ondulada
Beijada pelo vento, tem a pele arrepiada

São palavras que nascem no papel
É canto harmonioso, que vem da praça entoado no corel
É tarde de domingo que tem almoço em família
É casa nova, com uma simples mobília

É silêncio a dois
É deixar o trabalho pra depois
São olhos frente a frente
É alma livre que caminha independente

São suspiros de saudade
Sem relutar o presente em psicológica calamidade
São raios de sol num parque verde
São fotos alegres coladas na parede

É lição passada sem desnecessária austeridade
Correção amiga, em tom de amizade
São papéis dobrados, guardados na gaveta
Um prato de comida presenteado à sarjeta

São mil formas que permito em mim existir
É adeus ao que se vai, sem se machucar ao resistir
Amar de corpo e alma, sem pensar no futuro porvir
Em tudo isso se encontra aquela velha amiga tranquilidade
Podes crer nestas linhas, pois não se trata de meia verdade
Pois ao aceitar tudo como é, de amiga se faz a realidade
E então se conhece a verdadeira face, dessa tão falada felicidade

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