sábado, 21 de maio de 2011

O Toque de Midas (Parte II)

"I'm looking down now that it's over
Reflecting on all of my mistakes
I thought I found the road to somewhere
Somewhere in His grace..."
(Creed - One Last Breath)


Aviso: antes de ler este texto, leia a parte I, postada anteriormente.

Corro, busco, nada encontro. O que há é apenas este amarelo metálico, que já cansa meus olhos com seu brilho sme vida, emoção ou expressão. O cúmulo do embrutecimento, o auge da desumanificação, pois na minha loucura imortalizei todas as faces em tons de dourado, para que jamais se apartassem de mim.

Choro, e o desespero me assalta em soluços de amargura. As lágrimas rolam, caindo no piso amarelo que decorei para mim mesmo. Então, no auge de minha dor, eis que eu me sinto tocado. Novas emoções me dominam, e aquela culpa desmedida desaparece. Fica apenas uma certeza: a certeza do perdão.

É assim que eu vejo que nem toda vida se foi, pois não me foi dado poder para tanto. Encontro um martelo e um cinzel, removendo aquela casca sem sentido que adicionara a todas as coisas. E, como golpe final para meu ego, descubro que não havia mudado a essência de nada. A única essência que jamais seria a mesma era a minha.

E, sinceramente, Te agradeço por isso.

2 comentários:

  1. Muito bom, Djow.
    Lembrei de uma música do switchfoot que tem tudo a ver com isso: Faust, Midas and Myself:
    http://letras.terra.com.br/switchfoot/887764/

    As simples alegrias da vida valem muito mais do que um toque de Ouro.

    "De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma"?

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  2. Eu vi a música, João. Muito boa mesmo!
    Se eu conhecesse ela antes, tinha até colocado, hehehe.

    É difícil trilhar os caminhos das nossas vidas sem nos perdermos dentro de nossas próprias ideias, conceitos e pré- conceitos.

    Por isso que não podemos esquecer nunca do nosso referencial.

    Porque sem ele, andamos apenas em círculos, dando voltas em torno de nossos erros...

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