quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Luzes do passado



Olho à noite para o céu
Vejo infinitas luzes sobre esse véu
Mas sei que seria enganoso eu sorrir
Pois me alegraria por estrelas que já não mais estão a existir


Olho para cima
E só vejo o passado
Ecoa o grito da obra prima
Enquanto que nada mais é hoje criado


Fingindo ser alguém
A trazer coisas novas para cá
Mas esta não é a obra de ninguém
Já nem sequer lembramos o que é amar


A lua é manchada de vermelho
Os homens já não têm coragem de se olhar no espelho
Onde é que estão as almas valentes?
Tudo parece ser um jogo de regras inconsequentes


Continuando firme em pé aqui estou
Sentindo a brisa da madrugada
Pois isso é tudo o que me restou
Pois nunca sentirei o toque de minha amada
Porque o que ainda não surgiu, é exatamente o que a tempestade já levou


Embebido em sonhos antes mesmo de adormecer
Já não são vistos mais os versos que teus corações podem encher
O furor da minha louca razão a tudo destrói
E minha insana teimosia a tudo corrói


Noite de estrelas cadentes
Por poucos segundos, um brilho efervescente
Que logo se esvai, e novamente em sonhos vazios a mente cai
Parábolas não mais ditas, histórias não mais lidas
Enquanto vou seguindo a minha própria luz, 
Mas apenas à chama da vela consumidora, é que por fim ela conduz

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