A todo momento ando em curva
Numa estrada com uma poeira que a minha visão turva
E dentro em breve de novo verei
Estes mesmos recantos por onde já passei
Pois ando dentro de mesmo lugar
Um oceano profundo, mas cujas margens não querem mais mudar
Enquanto convivo com as linhas que tracei
Sinto a certeza de que não esquecerei
Lendo nas entrelinhas da existência
Aprendo a tolerar minha própria convivência
Em sombras de um cavalheiro
Abatido pela explosão de seu próprio morteiro
Enquanto permaneço neste caminhar
Já me pergunto se não estou mesmo é a parar
Enquanto o tempo passa e eu posso ver
Que de mim a terra já consegue se esquecer
Pois a cada neste círculo que dou
É como se pela primeira vez passasse
Nenhuma pegada aqui restou
Trilhando lembranças e sonhos a querer viver
A realidade não é o doce devaneio
Que toma conta do meu ser
Então eu me mantenho no mesmo lugar
Praticando minha velha arte de continuar
Djow, achei legal o poema, de verdade! Só uma coisa que eu achei meio estranha foram as rimas excessivas, fraga? Ai já entra subjetividade, mas poemas com muitas rimas não me agradam muito.
ResponderExcluirMas eu gostei da reflexão, a velha realidade de pensarmos, avaliarmos, agirmos e nunca sairmos do lugar!
Obrigado Felipe, tanto pelos elogios quanto pelas críticas!
ResponderExcluirÉ algo bem típico de todos nós: pensar e não sair do lugar, como você disse. Um bocado disso é medo de sair do nosso local seguro, que não coincidentemente é chamado de "círculo de conforto."
Abração!