E de repente não somos mais os seres perfeitos que achávamos que éramos. De repente, nossa torta visão se desfaz devido à nossa própria realidade torta. Nossas ideias, nossos espíritos tortos, carentes de remodelagem, tudo se faz visível, claro como água. Então a vida vem e, pouco a pouco, nossas arestas vão sendo remodeladas. Cada pequena imperfeição vai sendo corrigida.
Porém é preciso se deixar levar, e reconhecer a necessidade da reparação. Se perdoar, se permitir. Saber que errar é algo que vai acontecer algum dia, mas que isso não significa o fim do mundo, nem que não há volta. Não ter medo de dar um passo, ainda que o mesmo te leve ao chão. Tentar é algo que devemos fazer a todo momento, apenas tendo a consciência de que é preciso esperar o momento certo para tanto.
É difícil entender que há sim, dentro de nós, partes de nossa natureza que não agradam a quem nos criou e, mais que isso, que precisamos de certas privações para mudar essas mesmas características, que acabam por manchar nossas vidas pelas ações que elas nos levam a praticar.
Entender que a vida é uma correção de caráter, e uma caminhada de encontro ao criador. Precisamos entender que antes de buscar a felicidade, devemos saber lidar com ela, para que ela não acabe sendo motivos de lágrimas no futuro. É preciso sabedoria para tanto, e esse dom não se ganha, não se compra, nem nasce de um dia para o outro. Se conquista, através da luta diária que chamamos de vida.
Que saibamos todos os dias crescer, e buscar o que nos leva à frente, não o que nos mantém parados no mesmo lugar.