sexta-feira, 18 de julho de 2014
Ciclos
Mais um quilômetro
E a poeira que seca a garganta
As rodas giram no asfalto
Cada vez mais poeira se levanta
Ao redor desta estrada
Vi campos, vi desertos
Vi o cume de uma montanha enevoada
Vi os segredos da natureza à noite despertos
E assim a vida segue com uma surpresa em cada curva
Com o tempo a gente aprende
Que mesmo nos caminhos retos não se consegue ver o fim
Pois mesmo quando a estrada segue sem desvios
O destino se curva sobre si
Sem anseios, sem pressa ou temor
Confiando em cada nuvem que tapa este ardente sol
Sabendo que mesmo nas noites escuras o mundo não perde a cor
Em estradas infinitas que se seguem
E assim como um rio umas nas outras se desembocam
E enquanto saudade e amores vão ficando para trás
Sei que no coração as memórias se perdem jamais
E as lágrimas que hoje molham os olhos
Serão orvalho para as flores do dia do reencontro
Até lá elas serão nuvens no céu
Indicando que o azul também combina com branco e cinza
Assim como o vento que vai assobiando e agitando os cabelos
Constante como o movimento que se entrega o espírito
Trás da praia o velho conhecido cheiro do mar
Onde as gaivotas eternamente dizem adeus
E perdidos marinheiros de volta a casa tornam
Para mais uma vez abraçarem os seus
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