quinta-feira, 31 de julho de 2014

Outras versões



Face triste, olhos marejados
Decepção, grito solto pelos espinhos farpados
Entrega ao reflexo de si mesmo
Que brilha na superfícia da água do lago
Enquanto os soluços enchem a noite
A sua própria dor é o único afago

Perdão que nasce no meio da escuridão
Enquanto convertido em angústia
Seu amor jaz pelo chão
Busca por respostas infindável
Num ritmo contínuo, essa tortura interminável

Cuidado ao abrir as portas do lar
Por trás de faces ternas
Estão intenções que mal se pode imaginar
Lá fora o mundo pode dar voltar
Mas aqui dentro, tal qual em minuto eterno
Parece que o tempo para sempre parou

Dúvidas que destroem a fé no amanhã
Dúvidas que quebram os quadros belos do que foi o ontem
Tornam cada fé no porvir em cinzas, resto de uma ideia vã
E tal qual ecos em uma montanha, as palavras vêm e vão na mente
Em um diálogo horrendo consigo mesmo

Quem se é não é certeza mais
E à noite deitado na solidão
Vem o pesadelo de que não foi mesmo verdade
Por não querer crer na história dos livros da sua mente
Sonha com uma realidade diferente
Aceitando ser mesmo de tudo o vilão
Que largou o amor por quem se simplesmente era
Por amar demais quem poderia ser
Ainda que fosse o único solitário
Que este outro panorama pudesse ver

Nenhum comentário:

Postar um comentário