terça-feira, 15 de julho de 2014

Super-heróis

 
Salvar vidas diariamente. Usar seus dons especiais para fazer com que o mundo seja um lugar melhor para se viver. É isso que aprendemos desde criança a respeito dos super-heróis. Que eles são pessoas super-poderosas, capazes de salvar pessoas de prédios em chamas, deter vilões mesquinhos possuídos pelo mal absoluto, em uma representação daquilo que temos de pior em nós mesmos.
À medida que vamos crescendo, porém, vemos que aquelas histórias, assim como na vida real, são repletas de dúvidas, inseguranças, questionamentos e, que no final das contas, o maior super-poder que um herói pode ter é o que ser destemido. Arriscar seu próprio coração, numa jornada combatendo tudo aquilo que nos arranca lágrimas. No final, vemos que eles são apenas humanos, numa representação daquilo que gostaríamos de ser: um pouco mais nobres e poderosos. 
Mas a verdade é que, em meio às suas identidades secretas, eles nos mostram uma lição preciosa: no nosso dia-a-dia é que estamos em meio ao mundo no qual precisamos intervir. Não é sendo justiceiros alheios à realidade do mundo, que iremos transformá-lo em um lugar melhor. É nos expondo a ele, convivendo com as pessoas, e entendendo seus dramas e conflitos, que iremos ter a capacidade de ajudar a quem quer que seja. E, por mais fortes que tentemos ser, mesmos os grandes heróis que criamos em nosso imaginário uma hora precisam de ajuda. Assim somos nós. Ser um herói, no final das contas, não tem a ver com ser invencível. Ser um herói tem a ver com não se importar consigo mesmo, desde que isso traga aos outros um pouco mais de luz para aquecer esses dias frios em meio a uma realidade tão crua. Expôr o próprio ser em meio a tantas adversidades a princípio pode parecer loucura. Mas é na loucura que aprendemos o vaor de uma vida e, quando aprendemos qual é o valor de uma vida, a loucura se torna a nossa razão de viver cada dia desta existência, porque o sorriso estampado no rosto de quem teve o dia salvo vai além do que este mundo pode explicar. É o céu prometido, expresso em uma simples face, que dá força para vencer o nosso maior inimigo: nós mesmos. São olhos dantes famintos, que ao ver que neste mundo ainda há sal para dar gosto à vida, se enchem de lágrimas, por saberem que a esperança não morreu. Ela apenas vive latente em nossos corações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário