sábado, 11 de abril de 2015

Espera



Era tarde da noite, já voltava de novo o dia
Barulho das ondas na praia
Som dos carros nas ruas ao longe
Uma mente que busca algo que a distraia

Memórias de amigos já longe
Vieram e se foram como os barcos no porto
Deixaram saudade, esse bater no peito meio torto
Mãos agora vazias, alma e espírito agora em outro lugar

E mesmo que existam muitos mundos por aí
Me dissera que até cada um deles
Existe um caminho que antes passa exatamente por aqui
Seguindo pela areia fria na madrugada
Se perdendo em meio à cidade agora calada

Sem voz alta, sem outdoor na beira da estrada
Pois grandes histórias se encontram sempre no mais modesto lugar
Sem fama, sem glória, essas marcas de uma casa já abandonada
Onde não existe água, onde já falta até mesmo o ar

Pode ser que aquele abraço um dia venha mesmo a chegar
Intenso, poderoso, como foi desde sempre destinado a ser
Um beijo eterno que entre estrelas lugar irá tomar
Fazendo para sempre vida aquela juventude
Que o tempo insiste em tentar levar
Música clássica através dos séculos
Histórias de harmonia que em notas se deixam contar

Então sonhando continua lá na beira da praia
Sem tristeza, apenas com a certeza
Em paz com o dia de hoje, em calma espera pelo amanhã
Enquanto brinca de montar os pedaços soltos do passado

Sem pressa para acabar
Pois a despeito do que dizem todos os dias
Temos sim muito tempo ainda para poder brincar
E quem sabe um dia até mesmo uns com os outros
Aquilo que somos de melhor poderemos enfim compartilhar

Nenhum comentário:

Postar um comentário