sexta-feira, 25 de março de 2011

Inação

O mundo hoje está cheio de situações mal-resolvidas, pessoas têm problemas, o planeta como um todo sofre com os nossos erros. E o que fazemos? Continuamos vivendo nossas vidas como se nada estivesse ocorrendo.

Quantas vezes por dia paramos para pensar REALMENTE no que está acontecendo com nosso planeta? As pessoas que precisam de ajuda, os ecossistemas desequilibrados pela invasão do progresso, enfim, toda uma miríade de problemas a serem resolvidos. E enquanto eles vão apenas aumentando sua proporção, continuamos no mesmo lugar, assistindo Big Brother como se fosse um ritual necessário para a nossa sobrevivência, comprando como se fôssemos morrer hoje, enfim, esquecendo do que realmente é importante.

Há um filme que fala de algo parecido. Matrix. Muito querido pelos professores de filosofia, ele traz uma verdade que é cada vez mais presente no nosso dia-a-dia. Estamos vivendo em uma mentira, numa sociedade de contradições, onde a mesma emissora de TV que apóia festas nas quais todos sabem que existem abusos de todos os tipos, tem a audácia de se proclamar como empresa com responsabilidade social. Que responsabilidade social é essa que nos leva para o precipício, que vende imagens de pessoas que não existem, de tão computadorizadas que estão?

Basta passar UM DIA apenas assistindo a televisão. O que é mais importante muda completamente conforme o público. Não existem mais ideais, e sim propagandas, afim de atingir pessoas que ainda possuem ideais. As datas comemorativas perdem seus significados, e isso não afasta as pessoas umas das outras, como também de Deus. O Natal virou festa para Papai Noel, a Páscoa é tempo de se lambuzar de chocolate. O espírito natalino, tão proclamado até o dia 25 de dezembro, morre tão logo se torna dia 26.

E ainda estamos aqui, parados, achando que estamos fazendo algo. Qual o propósito de nossas ações? Ganhar dinheiro? Ter bens materiais? A vida REALMENTE se resume APENAS nisso? Não existe NADA mais? Será que existimos apenas para sermos joguetes no mercado, a natureza existe só pra que manipulemos a nosso bel-prazer, sem respeito algum pelo que existe nela? Onde estão o respeito, a humildade perante o outro, o reconhecimento de que o nosso "eu" NUNCA deve ser mais importante do que o outro.

A cada dia vejo algo novo que me preocupa. Pessoas que têm potencial jogam seu tempo fora, com pequenos prazeres, que acabam por se tornar vícios, prendendo a uma vida que não dá futuro. Falar de Deus é ferir a "liberdade de crença", mas proclamar a prostituição no carnaval, a distorção dos valores humanos não é um crime contra a família, nem contra a vida das pessoas, porque elas têm direito a essa "liberdade". Mas que liberdade é essa que prende a quase que um ritual de ações que devem ser feitas? Desde quando a felicidade está numa garrafa de cerveja, ou em "ficar de porre"? Podem me chamar de antiquado, mas a vida tem que ser muito mais que isso.

Enquanto estamos nos dando nossos direitos, estamos tirando os direitos dos outros. Estamos matando, primariamente, a nós mesmos. E tudo tem o preço. Qual o preço dessa liberdade? Qual o preço que se paga por ser tão indiferente ao que nos é alheio? E qual o preço que estamos pagando hoje por termos sido tão indiferentes à natureza, ao equilíbrio que deve haver no meio ambiente?

De resto, deixo apenas uma música para reflexão.

7 comentários:

  1. Texto perfeito, Geovane! É tempo de acordamos e nos convertermos, de fazermos nossa parte para a melhora de nós mesmo e do mundo!
    Enquanto lia seu texto me lembrei de umas das discussões da aula de geografia. Nela estávamos falando sobre preconceitos, ou algo do tipo, e eu não me esqueço da Rogata dizendo que faltava em nós o espírito de revolução, de revolta contra o sistema vigente, aquele tão famoso espírito jovem que nossos pais comentam quando relembram o passado... De fato estamos nos acostumando com o que o mundo nos oferece, preferindo o comodismo à luta pelo certo, pelo o que realmente nos torna sadios.
    Para nossa sorte nem tudo está perdido! "O povo que andava nas trevas viu uma grande luz, e aos que habitavam no vale da sobra da morte resplandeceu a Luz" Is. 9,2 Não importa se fechamos os olhos, se viramos as costas, esta luz não deixará de brilhar. E, para aqueles que acordarem, o caminho já está iluminado, basta caminhar...

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  2. Não há mais nada oculto. O que não sabemos é apenas o que ainda não nos dispomos a aprender...

    E boa lembrança da aula de geografia. Acho que isso está acontecendo muito mesmo. É hora de vigiar, e agir. Não se contentar, e sim contestar.

    Obrigado pelo comentário!

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  3. Vc realmente consegue perturbar e fazer pensar no que está acontecendo, parabéns!

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  4. Muito bem inspirado!!! Que Deus o retribua!

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  5. Sem comentários!... apesar de eu estar comentando agora. Brincadeiras à parte, texto fino, boa análise das datas festivas. Abraços!

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