quinta-feira, 28 de abril de 2011

Paradoxos

Me perco
E quando me perco, me encontro
Pois quando me perco, eu sinto
E quando eu sinto
Eu acho

Duvido, mas tenho certeza
A certeza da dúvida que assombra
Dúvida que assola, cega
Questiona, quer saber
Mas o que saber?
Quando não se tem ideia do que buscar?

Palavras são silêncio
De uma voz que emudece
E murcha após ser vistosa flor
Mas será mesmo o fim?
Ou apenas está mudando o autor?

Quando falo, ensurdeço
Quando me calo, escuto
Porque quando vem o silêncio
Surge a voz dentro de mim

Meus passos vacilam
E mesmo querendo
Não consigo continuar
Mas estranhamente
Continuo me sentindo em movimento

São tantos paradoxos
Que me perco no que há de fato
Porque tudo parece discordar
E ao mesmo tempo
Perfeitamente se encaixar

Se há crise?
Como posso saber?
Questionamentos se levantam
E logo caem por terra
Deixando uma única certeza
A de que ainda respiro

O único temor
É a morte do que conquistei
Pois grandiosa foi a luta
Para alcançar o ponto
No qual hoje eu cheguei...