terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Escalada



E o tempo passa
O sorriso leve neste momento disfarça
As horas antigas que pelas quais passei
Sonhos de uma era antiga que não mais sonhei

Acordei, vi o dia clarear
Em torno da linha da horizonte caminhei
Montanhas, vales, rios e mares
Cheguei a pensar que voava pelos ares

Caí, despencando da altura do meu ser
Caindo no poço escuro que antes jamais quis ver
Tão fundo que quase não vejo a luz da borda
Vivo medos de um pesadelo, mas do qual não se acorda

Subindo novamente
Uma caminhada ascendente
Escalando as paredes do meu espírito
Sempre com os olhos para cima
Em busca de um socorro que já não é mais tão solítico

Nestes dias eu pensei
Senhor meu, onde foi que errei?
Sequer a luz de dois olhos que amei
Foi o que nessas andanças conquistei

E andando vou
Dentro do poço de tudo aquilo que me restou
Andando pouco a pouco contra a natureza que me puxa para baixo
Porque não, não é este o lugar onde sinto que me encaixo
Deixarei apenas me guiar
Pela diminuta luz que lá em cima 
Eu consigo vislumbrar

Nenhum comentário:

Postar um comentário