sábado, 11 de fevereiro de 2012

Conformismo



Parar e achar que está tudo bem. Parar e achar que não há mais nada a fazer. Há duas situações perante as quais frequentemente nós perdemos nossa vontade de agir: quando as coisas estão boas demais, ou quando estão complicadas demais para que resolvamos. "Ah, pior que tá não fica". Frase célebre que marca o comodismo de uma sociedade que tem preguiça de se defender. Desocupado é aquele que diz: "Vamos lutar por nossos direitos!"

Vemos isso todos os dias no nosso país. Políticos são todos corruptos, não há o que fazer pela política em nosso país, pois é um saco de ovos podres. Bom, ninguém força a compra desse saco de ovos podres, e se eles foram escolhidos é porque alguém não teve a capacidade ou a boa vontade suficiente de olhar com um pouco mais de cuidado.

Já não somos mais um povo inocente nas rédeas de uma elite dominante. Não há uso de força para impôr ideias no nosso povo. O que acontece é porque deixamos, gostemos disso ou não. Não há como questionar o fato de que o único inimigo dos nossos direitos, do desenvolvimento deste país, e também de muitos outros, é a incapacidade da população de lutar pelo que é seu.

Alienados. Uma palavra em uso constante, que infelizmente está se tornando clichê. Alienar algo, no sentido que ela é empregada quando se diz respeito à sociedade, não é chamar o povo de uma massa de lunáticos que não estão dentro da realidade. É pior que isso. Somos todos alienados no sentido jurídico da palavra, que significa passar o direito de posse a outro. E estamos alienando o nosso pensar, os nossos direitos a pessoas que não têm o menor intento construtivo com eles. Não há a quem culpar porque não é roubo, e sim doação.

Que sejamos um pouco menos preguiçosos e busquemos mais e falemos menos. Que não sejamos os primeiros a condenar alguém que perde seu dia de trabalho e estudo porque está lutando por um direito de todos nós. Que sejamos inteligentes o suficiente e maduros o bastante para assumir que a culpa do mundo não está em um vilão malévolo que toma conta do planeta, e sim dentro do lado preguiçoso e conformado de cada um de nós, em especial do povo brasileiro, que sempre com seu jeitinho cria uma nova forma de se contentar com o que mínimo de pode ter.

E engana-se quem pensa que falo simplesmente de riquezas materiais.

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