sábado, 14 de janeiro de 2012

Pensamentos

Algumas vezes, paramos e não estamos mais ali. A mente se abre e uma janela para fora está aberta. Viajamos por memórias, desejos e sentimentos. Pessoas que queremos, situações que passamos. Tudo num filme rápido e nem por isso menos detalhado. Tudo intenso, tudo concreto o suficiente para causar um aperto no coração.

Decisões que tomamos, saudades daqueles que amamos, tudo isso no embalo do ritmo de uma música que ouvimos. É incrível como a mente e o coração se fundem, numa sintonia perfeita de sentimentos, sensações e pensamentos. Esquecemos de espaço e tempo, e estamos em uma dimensão só nossa, onde o que existe é apenas o nosso próprio "eu", a se vasculhar, procurando sentido, conforto, abrigo...

É como dar um mergulho num oceano. Descobrir rochedos há muito encobertos pelas águas da vida, que mudam constantemente de lugar, revelando ou escondendo montanhas dentro de nós. E é preciso muita coragem para se dispôr a ir de encontro a esses pináculos, que assustam por sua grandiosidade.

E, enquanto apenas nos deixamos levar pela leveza de nossos pensamentos, o tempo passa. Mas não importa, porque ele é a última de nossas preocupações. Viver fora do tempo é saber transcender, e quase sempre precisamos disso para respirar fundo, se encantar com uma bela música, e perceber o quanto uma pessoa amada faz falta. Então, que apenas se ouça um bom som, se esteja no lugar certo de encontro a um horizonte grandioso, ou qualquer outro convite a uma viagem prolongada por si mesmo.

Porque o que importa mesmo é este momento, e nada jamais irá substituí-lo.



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